São Tiago nos recorda, na primeira leitura, que a autenticidade da fé se manifesta nas obras. Diz que fazer acepção (distinção) de pessoas é um pecado, porque vai contra a fé abraçada pelos cristãos. Cristo, de condição divina, se fez pequeno, um de nós, para remir a todos (Fl 2,6ss). Devemos amar a todos, a partir dos pequenos e pobres. Outra coisa é discriminar alguém por sua condição humilde e prestar “honrarias” a outro por ser rico ou ocupar determinada posição social. Precisamos questionar nossos critérios.
No evangelho, à pergunta feita por Jesus sobre a sua identidade – o que dele pensava o povo, os discípulos informam que o povo o vê não só como profeta, mas como o maior dos profetas, o precursor dos tempos messiânicos. Mas Jesus quis ir mais longe e os interpela diretamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v.29). Pedro responde em nome da comunidade: “Tu és o Messias” (V.29). Esse episódio é o centro do evangelho de Marcos. Não basta dizer: Senhor, senhor..., é preciso assumir o Projeto de Deus. Reconhecer o Senhor Jesus implica saber que o seu caminho passa inevitavelmente pelo calvário e que também nós temos de passar por lá, abraçando a nossa cruz. É o que vemos em seguida: Pedro reage ao escândalo da cruz. Jesus, então, o chama à ordem, para pôr-se atrás d’Ele, para não pensar como os homens (v.33). Pôr-se atrás de Jesus e segui-lo como discípulos/as é a posição correta que devemos tomar para sermos salvos.
Faço acepção/distinção de pessoas em razão de sua classe social, poder e riquezas? Qual é a minha atitude diante dos pobres, como os trato? Para mim, quem é mesmo Jesus Cristo?
Senhor, meu Deus, livra-me de toda discriminação e incoerência. Dá-me a luz do teu Santo Espírito para que, no seguimento de teu Filho Jesus, crucificado-ressuscitado, eu possa vencer os limites das minhas perspectivas humanas e fazer, em tudo, a tua santa vontade. Amém.
Padre Marcelo Santiago