Tiago, na primeira leitura, continua falando da relação fé e obras. A fé sem obras é morta, afirma. Ao tempo, muitos, influenciados pela filosofia grega, centravam a sua atenção e interesse no “conhecimento de Deus”, descuidando da moral e das boas obras. Ele assim questiona: “Não é um absurdo despedir os irmãos necessitados, sem lhes dar o que precisam?” De fato, fé e obras são inseparáveis. Para os cristãos não é suficiente acreditar. Os demônios, diz Tiago, também acreditam, não por fé, mas por conhecimento intelectual. A nossa fé não pode permanecer teórica. O verdadeiro cristão confirma nas obras aquilo que conhece.
No evangelho, Jesus, estando com os discípulos, quer deixar bem claro o futuro que os esperava. Quem quiser segui-lo não pode pretender para si o lugar central, este cabe a Ele. Jesus tem o primado, também diante de nossa própria vida. Devemos, sim, e Ele nos ensina, tomar a cruz e seguir os seus passos. Só ganha a vida, que é Jesus, quem estiver disposto a renunciar a si mesmo. E para que serve ter tudo, se não se ganha a vida?
Tenho uma fé operante, que se traduz em boas obras? Empenho-me em seguir, verdadeiramente, Jesus Cristo, renunciando a mim mesmo e tomando a minha cruz? O que me falta para melhor relacionar, na minha vivência cristã, fé e obras?
Senhor, meu Deus, ensina-me o que tem valor para a eternidade. Dá-me uma fé viva, uma fé sincera que se traduz em generosidade, em serviço incansável e humilde em prol da tua glória e em favor dos irmãos/as. Dá-me uma fé corajosa diante dos sofrimentos desta vida; uma fé que seja luz e que me permita, no seguimento do teu Filho Jesus, carregar a minha cruz de cada dia. Faz que, desde já, pela graça do teu Espírito, eu saiba saborear a alegria do teu Reino. Amém.
Padre Marcelo Santiago