Ouvir os mandamentos do Senhor e seguir esses mandamentos significa reconhecer de qual lado estamos em nossa vida de fé, ou seja, a pertença ao povo de Deus, à sua família.
Pois bem, o mandamento do amor é expressão da radicalidade de nossa fé e de nossas condutas e perpassa por obviedade às situações limites de nossa humanidade.
Amar onde tudo é confortável e certinho não há tanto mérito, mas amar onde o amor nos exige sermos provados no fogo é a razão de ser de nossa fé, por isso a palavra inimigo aparece nesse contexto.
Qual situação não se torna mais limítrofe em nossas vidas que suportabilidade daquilo que nos é contrário na ordem dos afetos, daqueles que nos ferem, que erram conosco de modo irremediável?
Sempre acreditei que o amor é a essência de nossa fé e deveria ser o norte de nossas condutas, mas como amar no limite da dor que nos possa ter afligido? Posso, de fato, virar às costas ao mal que me fizeram e seguir minha vida em paz e reconciliado?
Acreditem, podemos!
Acreditem mais ainda, o quanto isso é libertador!
Acreditem mais ainda, o quanto isso nos leva para frente e nos torna homens e mulheres espirituais, verdadeiramente filhos e filhas do Altíssimo. Trata-se do virar a página de um texto amargo e triste, repetitivamente lido e dizermos pela fé: vida que segue!
Quando Jesus diz é porque é possível, basta darmos o primeiro passo para sermos felizes longe do ódio e do rancor.
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial – Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Mariana/MG