Senhor, abre o meu coração à tua Palavra de Vida, Verdade e Salvação. Que ela produza em mim os frutos esperados, seja útil para me corrigir, me formar na justiça e em empenhar em toda a boa obra. Amém.
- Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, o episódio narrado mostra que a Palavra de Deus não pode ser aprisionada (2 Tm 2, 9). Os sacerdotes do templo estão preocupados, particularmente os saduceus que estão furiosos com a pregação da ressurreição. Temem perder influência junto do povo. Prendem os apóstolos. Mas o anjo do Senhor os liberta (Sl 34, 8) para que possam voltar ao templo e pregar a “Palavra da Vida” (v. 20). Deus protege os anunciadores do Evangelho. Nada e nem ninguém pode se opor ao projeto de Deus. Olhando a história, em seus muitos tempos sombrios, trazemos essa certeza de que Ele, de vários modos, está presente junto aos seus mensageiros, acampando junto deles para os libertar das coações externas e internas. A figura deste mundo passa. Mas a Palavra de Deus permanece.
- No Evangelho, vemos que a revelação, iniciada no encontro com Nicodemos, continua a se desenvolver e chega à fonte da vida, ou seja, o amor do Pai que dá o seu Filho para destruir o pecado e a morte. São João nos ajuda a compreender o carácter universal da obra salvadora de Cristo, que tem a sua origem na iniciativa misteriosa do amor de Deus pelo ser humano. O envio e a missão do Filho são a maior manifestação de um Deus que “é amor” (1 Jo 4, 8-10). A opção fundamental do homem consiste em aceitar ou rejeitar o amor de um Pai que se revelou em Cristo. Mas este amor não julga o mundo: ilumina-o (v. 17). Colocados perante a revelação do amor de Deus, somos exortados a tomar posição: acreditar em Jesus ou recusá-lo. Quem acreditar em Jesus não será condenado; mas quem o rejeitar, e não acreditar no seu nome, já está condenado (v. 18). A causa da condenação é uma só: a incredulidade, a recusa da Palavra de Jesus. No fim deste colóquio de Jesus com Nicodemos, e com cada um de nós, nada mais resta do que acolher o convite à conversão e a uma mudança radical de vida. Quem aceita Jesus e dá espaço a um amor que nos transcende, encontra o que ninguém pode alcançar por si mesmo: a verdadeira vida.
- Em meio a provações e adversidades, sou perseverante na fé? Oportuna e inoportunamente dou testemunho desta mesma fé? Procuro ser bom ouvinte e praticante da Palavra de Deus? Como está minha opção fundamental por Jesus, ela é ardorosa ou não? Busco a verdadeira vida que é e está em Jesus crucificado-ressuscitado? ...
Senhor,
vejo que, quando queres alguma coisa,
nada Te detém.
Por isso, quando a tua Palavra parece encarcerada,
quando os teus apóstolos parecem prisioneiros,
não devo perder a confiança no teu poder.
Essa é, hoje, uma tentação grande
e perigosa para todos nós, os teus discípulos.
Diante das forças dos que se opõem à tua Palavra,
facilmente nos inquietamos, nos assustamos,
nos deprimimos e nos arrependemos.
Dá-nos a certeza de que, também hoje,
estás com os teus mensageiros e os assistis,
que o nosso dever é anunciar, e não ver o sucesso do anúncio.
Esse sucesso é apenas para Ti,
quando quiseres abrir a porta dos corações,
quando quiseres preparar um novo povo,
quando decidires que a tua Palavra
deve retomar a corrida pelo mundo, o mundo geográfico
e o mundo dos corações.
Creio em Ti, Senhor, e na força do teu Espírito.
Amém
Pe. Marcelo Moreira Santiago