Caros irmãos e irmãs, após a belíssima celebração da Solenidade de Pentecostes em nossas comunidades paroquiais que marcou o fim do ciclo pascal, retomamos as celebrações do tempo comum, onde, a comunidade, no dia a dia de sua história, caminha com o Espírito Santo de Deus, animada e fortalecida, anuncia com coragem o Evangelho, no cotidiano que nos é o ordinário da vida.
Hoje a Liturgia da Palavra nos chama a atenção para algumas realidades que, se a elas não nos atentarmos, correremos o risco de nos perder no caminho. Quais realidades são essas?
Ora, se Jesus Cristo é o sim de Deus à humanidade porque, no Senhor, se dá de modo concreto a realização das promessas de Deus a todos nós – Ele auxiliou Israel seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, como prometera a nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência para sempre (Lc 1,54-55) – é também o nosso “amém” ao sim de Deus. Todos nós, damos nosso assentimento com um amém vivo e profundo à vontade Deus que se realiza e nos é comunicada em Jesus Cristo.
Será neste espaço que descobrimos que no Cristo está nossa Luz e que, no Espírito Santo de Deus, está nossa unção. Quando entendemos e descobrimos que Cristo é Luz do mundo e, quando compreendemos que nosso amém à Luz é o “assim seja” da comunidade dos fiéis, no cumprimento da vontade de Deus a nosso respeito a partir do Evangelho, nos tornamos no Cristo, luzeiros do mundo. Este também é um dos caráteres de nossa vocação pascal, sermos luz na Luz, o cristão deve se deixar iluminar para iluminar o mundo em que vive, por essa razão Jesus insiste: vós sois a luz do mundo!
Mas ao mesmo tempo nosso amém ao sim de Deus é tempero da história em que vivemos. Ser sal da terra é fazer com que essa terra viva que somos frutifique em boas obras. É deixar que as boas obras alimentem a vida e a tempere com o doce sabor do Evangelho. Ser sal da terra é não permitir que nossas vidas percam o sabor da alegria, da esperança e das obras de caridade e misericórdia. É fazer com que nossa ação seja tempero bem medido que tempera a existência no mundo. Vós sois o sal da terra, o tempero, o sabor do mundo...
Sendo assim, irmãos e irmãs, que o Cristo nossa Luz confirme em nós a unção do Espírito Santo para que contínua e cotidianamente saibamos dizer amém ao sim de Deus ao mundo. Que sejamos sal da terra e luz do mundo, sem pretensões e arrogâncias, mas com humildade lunar e a prudência que exige o uso do sal sobre os alimentos. Neste sentido, reconhecemos de onde vem nossa Luz e aprenderemos que as justas medidas para dispensar ao mundo o bem, a justiça e o amor, cooperam para a edificação do Reino de Deus é nossa competência.
Pe. Jean Lúcio de Souza