Nesta liturgia dominical somos convidados a acolher a consolação do Senhor, São Paulo nos apresenta o que é fundamental em nossa vida e Jesus envia os 72 discípulos em missão.
Quem de nós nunca teve algum desgosto ou sofrimento. Diante dessas realidades parece que Deus se esqueceu de nós ou que está nos castigando. Mas, como sempre, Deus nos oferece uma palavra-atitude: cuido de vocês como uma mãe que acaricia o filho. O profeta assim nos reafirma este amor divino que é terno e completo.
São Paulo, nesta carta aos Gálatas, nos fala daquilo que é essencial em nossa vida. Muitas vezes não sabemos escolher e preferimos as coisas do mundo. De fato, as coisas mundanas nos seduzem e aparentam trazer grande felicidade. Mas não é bem assim não. Nossa glória não vem do mundo, mas da cruz de nosso Senhor, isso é o fundamental em nossa vida.
É interessante notar que o apóstolo diz que está crucificado para o mundo e o mundo crucificado para ele. Isto quer dizer que agora a realidade é outra, as coisas do mundo se passaram. Quem se encontra com Jesus é uma criação nova. Há um antes e um depois na nossa caminhada de fé.
Já no Evangelho de hoje, o nazareno nos recorda que cada um de nós tem uma missão neste mundo! Jesus envia os 72 discípulos e lhes dá instruções. E hoje, somos nós igualmente convocados por Cristo e sua Igreja para a missão evangelizadora. Temos vários desafios neste nosso tempo, nem todos acolhem a proposta da fé, mas não podemos desistir.
As orientações para a missão são bem claras. Em primeiro lugar é necessário pedir sempre mais trabalhadores para a messe. A oração é o que sustenta a vida de fé de todos, mas também abre os corações ao chamado do Senhor.
Além disso, Jesus pede despojamento. Para evangelizar não precisamos de coisas que nos pesem - é preciso a liberdade para seguir o caminho. A tentação é a de que precisamos disso ou daquilo. No fundo, isso demonstra insegurança e uma crença de que apenas os recursos ou técnicas são suficientes na missão. O sucesso não está nessas coisas, mas na poderosa ação de Deus através de instrumentos abertos à sua graça.
A paz é a palavra que abre caminhos e nos mostra quem é fiel seguidor de Cristo. Os discípulos acolhem e são instrumentos de paz, e não de guerra. E o centro do anúncio missionário é a proximidade do Reino de Deus.
A narração do evangelista prossegue com a volta dos missionários. Eles voltaram felizes pelos resultados positivos, perceberam as maravilhas que o Senhor realiza na meio do povo. Jesus lhes adverte que nossa alegria não pode estar nesses sinais positivos e fantásticos, mas na certeza de que Deus conhece nossa entrega à missão e que estamos com nossos nomes inscritos nas palmas de sua mão.
Questões: Tenho acolhido o amor de Deus em minha vida? Sou um verdadeiro missionário do Senhor vivendo bem o meu batismo? Minha alegria de servir está fundamentada somente no Senhor?
Pe. Thiago José Gomes