A Liturgia da Palavra de hoje começa com um episódio marcante na história do povo de Deus em sua caminhada rumo à liberdade: a entrega das tábuas da Lei a Moisés.
Ao descer do monte, depois de um encontro íntimo com o Senhor, o rosto de Moisés resplandecia. Esse brilho era reflexo da presença divina — um sinal claro de que aquele que contempla a Deus é profundamente transformado. Essa cena é um convite para nós: buscar a intimidade com Deus e reconhecer Sua transcendência, que nos ultrapassa, mas também nos envolve.
Deus fala conosco através de mediadores. Seu desejo é dialogar, comunicar-se com o ser humano. O véu que cobre o rosto de Moisés simboliza essa realidade: trata-se de um Deus santo, absolutamente distinto de nós, mas que, mesmo assim, deseja se aproximar e nos envolver com Sua palavra.
No Evangelho, Jesus nos apresenta duas parábolas para nos falar do Reino dos Céus. A primeira compara o Reino a um tesouro escondido, pelo qual vale a pena vender tudo o que se tem para adquiri-lo. Não se trata de um bem material, mas de algo infinitamente mais valioso — uma realidade que exige inteligência, discernimento e, sobretudo, prioridade em nossa vida.
A segunda parábola fala da pérola preciosa. Para encontrá-la, é preciso buscar com atenção, com desejo e dedicação. Ser discípulo é ter o coração inquieto pelas coisas de Deus, como alguém que se torna perito no que realmente importa.
Para refletir: Tenho cultivado um relacionamento pessoal e transformador com o Senhor? O Reino dos Céus ocupa o centro da minha vida? Ou tenho dado valor a outras coisas, deixando de lado o que é mais essencial?
Pe. Thiago José Gomes