- A vida é o bem mais precioso que Deus nos ofereceu. Não podemos dar-nos ao luxo de a desperdiçar. Como devemos viver para que a nossa vida faça sentido? A Palavra de Deus que escutamos neste domingo nos convida a refletir sobre esta questão. Alerta-nos contra as opções que conduzem a becos sem saída e nos aponta os caminhos que levam à plena realização.
- Na primeira leitura, um sábio de Israel nos oferece a sua reflexão sobre o sentido da vida. Com pessimismo, mas também com realismo, constata que não vale a pena o ser humano afadigar-se a acumular bens que um dia abandonará. Esses bens nunca encherão de sentido a vida do homem e da mulher. Embora a reflexão aqui não vá mais além, constitui um patamar para buscarmos à Deus e encontrar n’Ele o sentido último da nossa existência.
- Na segunda leitura, Paulo nos convida a optar pelas “coisas do alto”, em detrimento das “coisas da terra”, por vezes brilhantes e sugestivas, mas também efémeras, fúteis, passageiras. Aquele que, no batismo, foi enxertado com Cristo, tem de viver de tal forma que seja, no meio dos seus irmãos e irmãs, “imagem do Criador”. Não dado aos vícios deste mundo, mas com desejo de virtude e ideal de santidade.
- No Evangelho, Jesus, através da parábola do “rico insensato”, denuncia a falência de uma vida voltada exclusivamente para o gozo dos bens materiais. Quem aposta tudo no conforto, no bem-estar, na segurança que o dinheiro proporciona, é um “louco”. As suas opções irresponsáveis levam-no a passar ao lado das coisas mais belas da vida, das coisas que realizam o ser humano e lhe proporcionam uma felicidade sem fim.
- Para refletir: Como tenho vivido a minha vida? Na vaidade e na avidez dos bens materiais? Tenho buscado ou não os “bens do alto”? As opções que faço tem dado verdadeiro sentido à minha vida, à minha existência? Em que esse domingo me questiona, abrindo horizontes para uma vida mais solícita e coerente, assumida no seguimento de Jesus Cristo?
Oração
Deus nosso Pai,
bendito sejas pelo teu Filho Jesus.
Ele renunciou à glória que tinha junto de Ti para se tornar pobre
e nos enriquecer com a tua própria vida.
Nós Te pedimos que o teu Espírito nos purifique dos ataques
que nos ligam às riquezas perecíveis,
e fortifique em nós o desejo de sermos ricos aos olhos de Deus.
Que Ele nos preserve da avidez do lucro
e nos abra ao sentido da partilha”.
Nós Te pedimos por todos nós que fomos batizados
na tua morte e na tua ressurreição,
faz morrer em nós o que pertence à terra,
refaz-nos de novo, à tua imagem, Senhor.
Amém.
- Proposta para hoje: convidados a refletir sobre as nossas prioridades na vida e a retificar, talvez, o nosso uso dos bens da terra. A vida de uma pessoa e o seu valor real não se medem pelas suas riquezas. Estamos verdadeiramente conscientes e persuadidos disso?
Pe. Marcelo Moreira Santiago