Senhor, que meus sentimentos sejam ordenados para o bem do próximo, dos meus irmãos e irmãs e para o vosso louvor.
- Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, São Lucas nos apresenta mais um breve resumo sobre o teor de vida da Igreja nascida do Pentecostes, acentuando a eficácia do testemunho apostólico sobre a Ressurreição. É uma comunidade que se marca pela partilha de bens. Nesta partilha, notamos dois aspectos: o primeiro consiste em pôr em comum os próprios bens, partilhando o seu uso e o segundo aspecto consiste em vender os próprios bens, distribuindo o lucro aos pobres. Mas os Atos dos Apóstolos apresentam outras formas de partilha dos bens: Paulo falará do trabalho com as próprias mãos, para prover às necessidades dos seus e dos que são frágeis (At 20, 34s).O que São Lucas pretende sublinhar é que a partilha, nas suas diferentes formas, tem a sua raiz, como fruto da ação do Espírito, na comunhão de fé, no seguimento de Jesus. Podemos concluir que estamos perante a comunidade messiânica, herdeira das promessas feitas aos pais: “Em verdade, não deve haver pobres entre vós, porque o Senhor te abençoará na terra que Ele próprio te dará em herança para a possuíres; mas só se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, para guardares e cumprires todos estes preceitos”. (Dt 14, 4s.).
- O Evangelho nos fala da morte e da glorificação de Jesus, que Ele mesmo anuncia a Nicodemos: “É necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que n’Ele crê tenha a vida eterna” (v. 14). Jesus, elevado na cruz, alcançou a ressurreição que o elevou ao Céu: “Ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem” (v. 13). Elevado na cruz e na ressurreição, Jesus se revela como Aquele em quem devemos acreditar. E, tendo acreditado, devemos dar testemunho d’Ele.Só assim a humanidade poderá compreender o evento escandaloso e desconcertante da salvação pela cruz e ser curada do seu mal, tal como os Hebreus, mordidos pelas serpentes no deserto, foram curados ao olharem a serpente de bronze elevada num poste (Nm 21, 4-9). A salvação passa pela submissão a Deus e pela contemplação do Crucificado.
- Partilho o que tenho e o que sou, de forma oblativa, com meus irmãos e irmãs? Testemunho minha fé com obras boas, à luz do preceito da caridade cristã? Contemplo o crucificado com os olhos da fé? É no seguimento de Jesus que ordeno a minha vida? ...
Senhor, Pai misericordioso,
dá-nos a graça de proclamar o poder do Senhor ressuscitado.
O livro dos Atos nos diz que os Apóstolos
davam testemunho da Ressurreição de Jesus, com grande força.
Essa é também a nossa missão de cristãos, hoje.
Infunde em nós o Espírito Santo
para que, pela nossa palavra ardorosa,
e pela nossa vida de fé, de esperança e de caridade,
demos um testemunho vigoroso
do teu Filho Jesus e da sua santa Ressurreição.
Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago