São Domingos nasceu na Espanha em 1170 e faleceu na Itália em 1221. Ordenado presbítero, tornou-se grande estudioso da Bíblia e dedicado pregador. Fundou a Ordem dos Pregadores, os Dominicanos, com a finalidade de anunciar a Boa-Nova ao mundo. Foi entusiasmado promotor da oração popular do rosário. A seu exemplo, busquemos ouvir sempre mais a voz de Deus para segui-lo com fidelidade e torná-lo conhecido e amado em toda a parte.
- Na primeira leitura, depois de meditarmos o livro dos Números, abrimos o livro do Deuteronômio, escutando a conclusão do primeiro discurso de Moisés. Trata-se de um texto teológico, repleto de palavras-chave da teologia do Antigo Testamento. É o discurso da memória. O povo deve recordar e transmitir tudo quanto viu e ouviu, deve ser testemunha viva de quanto Deus fez por eles. Moisés recorda as maravilhas da criação. O povo escutou a voz de Deus no fogo, viu com os seus próprios olhos a predileção de Deus que o escolheu e o libertou do Egito com braço forte, no meio de sinais e prodígios. Este Deus, poderoso e libertador, educa com a sua palavra; Ele é um Deus cheio de amor, de predileção por Israel, é um Deus fiel à sua promessa. O povo deve corresponder com a sua fidelidade a Deus, que é único (Dt 6, 4-9; 11, 13-21; Nm 15, 37-51); deve observar os seus mandamentos; deve transmitir a memória das maravilhas de Deus. A fidelidade ao Senhor pode, pois, resumir-se a recordar, celebrar, viver. Três atitudes fundamentais na espiritualidade do Antigo Testamento. Fazer memória das obras de Deus é um meio para viver em união com Ele, para permanecer numa relação pessoal e íntima com Ele, que nos leva a renunciar ao egoísmo. Quem se volta para Deus, não se volta para si!
- No Evangelho, depois da confissão de Pedro, Jesus confirmou a sua identidade de Messias e de Filho de Deus e indicou o caráter doloroso do seu messianismo (Mt 16, 16-17.21). Agora fala dos que O pretendem seguir. A sorte dos discípulos não será diferente da do Mestre (10, 24s.). E toda a atitude e toda a opção do discípulo terá sentido na sua relação com o Mestre. A escala de prioridades e valores é definida pela relação com Jesus, cujo percurso histórico marcado pelo sofrimento vivido no amor, será assumido pelo discípulo (v. 24). Este experimentará o paradoxo de “perder para encontrar”, de “morrer para viver” (v. 25). As suas obras deverão manifestar a opção por Jesus como centro da sua existência. Tal opção será recompensada no dia do juízo (v. 27). De fato, o Messias Sofredor é também o Juiz escatológico. O Messias humilhado é também o Rei glorioso. Então, para permanecer no amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, é necessário tomar a cruz e segui-lo: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (v. 24). Com este paradoxo, Jesus nos dá uma revelação decisiva sobre a reta orientação da nossa vida, viver o discipulado missionário.
- Para refletir: Reconheço as maravilhas de Deus operadas na história, em favor de seu povo e também em minha história pessoal? Procuro, no seguimento de Jesus, renunciar a mim mesmo e tomar a cruz? O que busco, um “Jesus, “superstar”, ou o Servo sofredor, crucificado-ressuscitado, Senhor e Salvador? Em que essas leituras me ajudam a alimentar a minha fé? ...
Oração
Senhor,
as tuas obras são maravilhosas!
A criação, a redenção, mas também a minha pequena história de salvação, feita de pessoas, de palavras, de encontros...
marcas da tua presença amorosa na minha vida.
Eu Te louvo, Senhor, pelo amor paterno e materno
com que me tens amado,
e por tudo quanto tens feito por mim!
Infunde em mim o teu Espírito Santo,
dando-me encorajamento e confiança para ser fiel
nas provações e nas exigências que a vida me apresenta.
Quero levar Contigo a Cruz como um troféu glorioso,
porque, perder a vida, seguindo-Te, é abrir o sepulcro à alegria
e à glória da ressurreição.
Amém.
- Para hoje: agradecer, agradecer, agradecer. “Ó minha alma, bendiz o Senhor e não esqueças os seus benefícios” (Sl 102).
Pe. Marcelo Moreira Santiago