Santa Isabel era filha de André II, rei da Hungria, tendo nascida no ano de 1207. Ainda muito jovem foi dada em matrimônio a Luis IV, rei da Turíngia e teve três filhos. Dedicou-se a uma vida de intensa meditação das realidades celestes e de caridade para com o próximo. Depois da morte de seu marido, renunciou aos seus títulos e bens e construiu um hospital onde ela mesma servia os enfermos. Morreu no ano 1231. Seu exemplo nos ensina o desapego dos bens deste mundo, a fidelidade no seguimento de Jesus e o testemunho da caridade cristã.
- Na primeira leitura, de Macabeus, vemos um novo processo cultural que atinge o povo de Deus, é o que se chamou a “helenização” da Palestina, a influência da cultura grega, no mundo antigo. Esta nova cultura era uma ameaça para a Lei judaica, que implicava umas exigências e um modo de vida muito opostos ao estilo e aos gostos desta nova cultura helênica. Bem cedo começaram reações e revoltas contra a situação. Mas tudo se agravou quando Antíoco IV Epifânio quis impor esta cultura helênica pela força, e conseguiu mesmo adeptos entre os hebreus (v. 15). Com um edito, um documento dirigido aos povos sob o seu domínio ( vv. 41-43), Antíoco IV pretendeu unificar os povos que lhe estavam submetidos, abolindo as leis particulares e as suas autonomias. Era a unidade procurada em oposição à vontade de Deus. Mas o pior foi quando o rei pretendeu colocar um ídolo sobre o altar do templo de Jerusalém, e ordenou sacrifícios aos ídolos em todas as cidades de Judá. Os Hebreus não podiam guardar os livros sagrados, mas deviam destruí-los. Quem desobedecesse à lei, devia ser morto (vv. 54-57). Houve uma forte reação anti-helênica protagonizada pelos Macabeus. Os fiéis à fé e à tradição hebraica foram perseguidos, e vários foram massacrados. Apesar de tudo, muitos se mantiveram fiéis à fé dos seus pais, seguindo escrupulosamente as suas tradições. É o que vamos refletir, a partir de hoje. Eliminada a Lei, caía a Aliança, da qual a Lei era como que a Magna Carta. Os poderes absolutos sempre tentaram manipular a identidade das pessoas e dos povos, de acordo com as suas ideologias e os seus interesses. Isso aconteceu no passado e, ao que parece, continua a acontecer no presente.
- No Evangelho, São Lucas nos apresenta o episódio da cura do cego. Jesus dá atenção ao cego, que jaz à beira da estrada (v. 40), mas a multidão tenta fazê-lo calar. O cego começa por chamar a Jesus “Filho de Davi” (v. 38) e lhe pede “misericórdia”; depois, o chama “Senhor” (v. 41) e lhe pede um milagre. Há um amadurecimento da sua fé. Jesus foi-lhe apresentado apenas como “Jesus de Nazaré” (v. 37); mas ele acaba por reconhecê-lo como Messias e Senhor.
No final, depois de ter recebido o dom da vista, ouvirá Jesus lhe dizer: “A tua fé te salvou” (v. 42). Só a fé nos permite reconhecer o mistério. Escutado o seu grito, sua oração se torna louvor que se alarga a todo o povo: “O cego seguia Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus” (v. 43). O cego, convencido da sua necessidade, gritou pelo Senhor. Esse grito, por sua vez, trouxe-lhe maior consciência da sua necessidade e de tomar as decisões oportunas, mesmo contra a opinião dos que o rodeavam.
Peçamos ao Senhor que tenha compaixão de nós. Ele não deixará de a ter.
- Para refletir: Deixo-me seduzir pelas culturas, colocando à margem os ensinamentos da fé? Sou determinado em iluminar a minha vida e a vida no mundo à luz da Palavra de Deus? Reconheço em Jesus, aquele que é o Messias e Senhor, o Filho de Deus, nosso Salvador? De que cegueiras preciso ser curado por Deus?
Oração
Senhor,
bem vês quanto sou miserável e cheio de necessidades,
quanto preciso de Ti.
Creio firmemente que, na tua bondade,
terás piedade de mim
e irás me curar
e curar a situação em que vivo com tantos irmãos e irmãs.
Creio, Senhor! Escuta a minha oração,
para que possa te bendizer e louvar
a tua infinita misericórdia.
O meu louvor irá se propagar
e o teu nome será bendito por muitos outros
irmãos e irmãs.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: Jesus disse ao cego: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou” (Lc 18,42).
Pe. Marcelo Moreira Santiago