Santa Cecília foi uma jovem romana de família nobre do século III, conhecida por sua profunda fé cristã e voto de virgindade. Apesar de prometida em casamento a um nobre pagão chamado Valeriano, ela revelou seu voto ao marido, que se converteu ao cristianismo e foi batizado junto com seu irmão Tibúrcio. O martírio de Cecília ocorreu após o assassinato de seu marido e irmão, quando ela foi inicialmente condenada à asfixia e, por não morrer, foi decapitada, enquanto cantava louvores a Deus. Por sua devoção à música e por ter cantado louvores a Deus, ela é a padroeira dos músicos. Seu exemplo alimenta em nós a coragem de testemunhar a fé, mesmo diante das provações do mundo.
- A primeira leitura interpreta a morte do tirano o rei Antíoco IV Epifânio como manifestação do juízo de Deus. Começa por apontar a avidez com que ele vai à conquista da cidade, certo de que realizará os seus intentos. Mas tal não sucedeu: “Dirigiu-se para esta cidade com o propósito de a tomar e saquear, mas não pôde, porque os habitantes estavam prevenidos” (v. 3). Seguem-se outras más notícias: a derrota das suas tropas na Judeia (vv. 5s.); a destruição dos ídolos pelos Israelitas e a fortificação do santuário (v. 7). A derrota atinge o rei como uma doença (vv. 8s.). Antíoco IV Epifânio, que personifica o mal, é fisicamente anulado de tal modo que não consegue levar a termo os seus maus projetos. Vendo-se às portas da morte, toma consciência dos seus crimes e do castigo que merece (vv. 10-13). Mais do que arrependimento, ele mostra resignação perante o castigo que justamente o atinge, por causa da profanação do templo e do mal feito a Israel (v. 13). É um ensinamento, na perspectiva do Antigo Testamento, do fim de quem oprimiu o povo de Deus e desprezou a lei e o culto do Deus vivo e verdadeiro.
- O Evangelho nos fala da ressurreição à qual, em vão, se opõem os saduceus: “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos”, diz Jesus (v. 38). A vida depois da morte será algo de completamente novo e inesperado. Jesus fala de imortalidade, coisa que não podemos experimentar desde já e que deve ser considerada um dom precioso da vontade divina. As relações interpessoais na vida eterna serão de outra ordem: não nos fecharemos na relação com uma pessoa, mas estaremos abertos a todos e a Deus. Jesus afirma que os ressuscitados serão “semelhantes aos anjos”. Não se trata de uma expressão de desprezo pelo matrimônio, mas da afirmação de que a vida eterna será diferente da vida deste mundo: mais próxima de Deus a quem louvaremos e serviremos, como fazem os anjos.
- Para refletir: Sou atento a acolher e viver os mandamentos de Deus e todos os seus preceitos? Tenho feito o bem ou o mal, em que preciso melhorar? Minha vida tem sido um louvor permanente ao Senhor? Acredito na vida eterna e assim vivo em comunhão com Deus neste mundo para um dia viver a plenitude desta vida no céu?
Oração
Senhor,
tenho medo da morte.
Tenho medo da morte dos outros, dos que me são queridos,
daqueles que não consigo dispensar.
Dá-me olhos puros,
que me permitam ver para além das aparências,
para além do muro de sombra,
que me separa de Ti.
Dá-me um coração simples,
que não sucumba diante das interrogações
que não têm resposta.
Faz-me compreender o sentido da vida e da morte.
Ajuda-me a aceitar o teu silêncio
e a ausência de respostas para tantas questões
que me atormentam.
Ajuda-me a acreditar sempre
que és o Senhor da vida e da morte.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: renovar nossa confiança em Deus: “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Para Ele, todos estão vivos” (Lc 20, 38).
Pe. Marcelo Moreira Santiago