Santa Catarina, segundo a tradição, foi uma virgem de Alexandria dotada de grande inteligência e sabedoria, bem como de fortaleza de ânimo. Ela sofreu o martírio por volta do ano 305, durante a perseguição do imperador romano Diocleciano aos cristãos. Sua fortaleza de ânimo nos exorta à coragem na vivência e testemunho da fé.
- Na primeira leitura, vemos o Rei Nabucodonosor que teve um sonho que lhe agitou o espírito e lhe fez perder o sono. Os seus escribas, magos, feiticeiros e os caldeus, não conseguiram interpretar esse sonho, porque só Deus pode desvendar os mistérios (v. 28). E aqui os desvenda através do seu servo Daniel. Este narra a visão que o rei tivera e tanto o assustava: uma enorme estátua construída com diversos materiais: ouro, prata, bronze, ferro e argila. De um monte se desprende uma pedra que atinge os pés da estátua e a faz em pedaços, enquanto a própria pedra se transforma numa alta montanha que enche a terra. Depois, Daniel prossegue explicando o significado da visão: depois de Nabucodonosor, vão se suceder quatro reinos, cada um dos quais suplantará o anterior, numa progressiva decadência até o último, enfraquecido pela ligação de ferro e barro. Então surgirá, por obra de Deus, um reino que aniquilará os outros, simbolizado pela pedra. O autor talvez pense na desagregação do império de Alexandre Magno nos reinos dos sucessores, para afirmar a soberania eterna de Deus, que põe termo ao domínio humano com a imagem escatológica da unificação mundial. Nesta pedra, desprendida da montanha, “sem intervenção de mão alguma” (v. 34), reconhecemos Cristo, nascido da Virgem sem pai terreno, que veio a proclamar e a estabelecer o seu reino com a vitória sobre o mal. O reino de Deus é muito diferente do reino dos homens deste mundo. Ele se apresenta na humildade, se estabelece nos corações e os transforma no amor.
- No Evangelho, se fala do mundo e a vida futura, elementos que marcam a espiritualidade cristã. Estamos diante de um "Discurso escatológico" de Jesus (Lc 17, 20-37). As perguntas que os ouvintes fazem a Jesus: “Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” são duas pistas para investigarmos a mensagem. Jesus fala diante do templo, com as suas “belas pedras” e “ofertas votivas”, o que cria contraste entre o presente e o futuro para onde Jesus deseja orientar a fé dos seus ouvintes. Ao responder, Jesus anuncia o fim do templo e, de certo modo, de tudo aquilo que ele simboliza. Anuncia o fim do mundo. Tudo o que é deste mundo terá certamente fim, mais tarde ou mais cedo. Por isso, o mais importante é acolhermos o ensinamento de Jesus e nos deixar guiar por ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua palavra nos ajuda a discernir pessoas e acontecimentos e a optar pelos valores que Ele nos propõe. Há muita gente que anuncia a proximidade do fim do mundo, para nos aterrorizar, e nos oferece caminhos de salvação. Jesus não faz isso. Mesmo quando fala do fim do mundo, se preocupa em nos iluminar e em nos confortar. O importante é acolhermos o Reino de Deus em nós, nas nossas famílias, nas nossas comunidades, na Igreja. “Tende cuidado em não vos deixardes enganar” (v. 8).
- Para refletir: Procuro perceber os sinais de Deus em minha vida e na ordem de mundo? Confio em Deus ou me deixo levar por falsas narrações que invocam o fim do mundo aqui e ali? A brevidade da vida neste mundo, me coloca atento em fazer o bem, em colocar os dons a serviço, em buscar os bens celestes?
Oração
Senhor, Pai santo,
com o óleo da alegria consagrastes Sacerdote,
Jesus Cristo, Nosso Senhor,
para que, se oferecendo no altar da cruz,
como vítima de reconciliação,
consumasse o mistério da redenção humana
e, submetendo ao seu poder todas as criaturas,
oferecesse à vossa infinita majestade
um reino eterno e universal:
reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça,
reino de justiça, de amor e de paz.
Por isso, com os coros dos Anjos e dos Arcanjos,
e com todos os coros celestes,
proclamamos a vossa glória, hoje e sempre.
Amém.
- Compromisso à luz da fé: “Tende cuidado; não vos deixardes enganar” (Lc 21, 8).
Pe. Marcelo Moreira Santiago