Na liturgia da Palavra neste sábado temos vários ensinamentos importantes. Na primeira leitura acompanhamos um episódio fundamental para a continuidade do povo de Deus e no Evangelho Jesus nos ensina sobre o jejum e sobre a identidade do Cristo.
A bênção dada ao primogênito era a maneira de garantir a continuidade do povo e a realização das promessas de Deus. Isaac percebe que é hora de passar a missão para seu filho. Precisamos reconhecer as grandes lideranças na comunidade que devem saber a hora de retirar-se e que é preciso preparar novos líderes. Muitas vezes vemos alguns que se comportam como “coordenadonos” e não coordenadores.
De acordo com a costume da época, era o primeiro filho quem carregava a responsabilidade de prosseguir liderando. Havia uma questão interessante. Isaac teve gêmeos: Esaú e Jacó. Segundo o que consta, Esaú nasceu primeiro e Jacó nasceu logo após segurando o pé do irmão. No trecho que lemos hoje fica evidente que Isaac foi enganado por seu filho e sua esposa. Para compreender isto é preciso acompanhar o que houve antes e as consequências desse ato. Mesmo não ficando claro no texto de hoje todas as razões para isso, é certo que Jacó se empenha para receber essa missão e, independente da forma, ele se torna o responsável por seguir a função de seu pai diante da comunidade.
Nem sempre entendemos as razões ou as maneiras pelas quais as pessoas se tornam líderes.
Mas, à luz do texto de hoje, aprendemos que as promessas de Deus se cumprirão e é preciso acolher também a bênção de Deus em nossa vida.
Já no texto de São Mateus acompanhamos os discípulos de Jesus que questionam Jesus sobre a questão do jejum. A motivação para isso é que eles certamente estavam observando as outras práticas comuns na época do povo de Deus e dos ouros ao redor deles.
A resposta do mestre é um grande ensinamento sobre a identidade do Filho de Deus e sobre as práticas futuras da comunidade. Jesus se compara a um noivo que está no meio deles. Ao mesmo tempo ele fala de amizade-proximidade e de uma união esponsal. Somos convidados a ter intimidade como os amigos do noivo têm com ele. A união esponsal é a maneira pela qual o Senhor nos ensina que quer unir-se ao seu povo. Cabe a nós correspondermos a este amor tornando-nos verdadeiros amigos do Senhor.
Questões: Tenho confiado nas promessas de Deus? Sou uma boa liderança na comunidade e ajudo a mesma a renovar-se? Como posso cultivar minha amizade com Jesus?
Pe. Thiago José Gomes