São Josafá, bispo e mártir
São Josafá nasceu na Ucrânia, no ano de 1580, abraçou a fé católica e entrou na Ordem religiosa de São Basílio. Ordenado sacerdote e eleito bispo de Polock, dedicou-se com grande empenho à causa da unidade da Igreja, pelo que foi perseguido pelos seus inimigos e morreu mártir em 1623. Seu exemplo nos estimule a rezar pela unidade da Igreja e a viver com espírito de sinodalidade, a caminhar juntos.
- Na primeira leitura, o autor do livro da Sabedoria, se dirige aos reis e a todos os que governam a terra, convidando-os a escutar (v. 1), princípio de sabedoria. A escuta da lei/sabedoria é eficaz, porque conforma a vida à Palavra do Senhor. O poder vem de Deus, e quem o detém deve servir na perspectiva do reino de Deus. No fim, serão julgados sobre o modo como exerceram o seu serviço. Será um juízo imparcial. O rigor do juízo será proporcional às responsabilidades de cada um. Deus, que cuida de todos, garante justiça aos pequenos, mas guarda com amor vigilante todos os caminhos. Por isso, a todos pedirá contas, conforme o poder de servir dado a cada um. Assim, o convite à sabedoria é dirigido a todos. A sabedoria abre o caminho da imortalidade a quem a tem e usa para servir a Deus e aos homens e às mulheres. Mais do que filosofia, a sabedoria é um itinerário místico, para colocar a serviço os dons e, em tudo, fazer a vontade de Deus.
- No Evangelho, vemos Jesus que retoma a viagem para Jerusalém, onde como os profetas, será chamado a dar a vida. Entra numa aldeia de samaritanos e se deixa interpelar por um grupo de leprosos. Eram samaritanos, estrangeiros para os judeus; eram leprosos e tornavam impuro quem se aproximasse deles (vv. 12s.). Mas Jesus é o salvador de todos. Veio para todos: não faz acepção de pessoas, não despreza ninguém por pertencer a um determinado povo ou a uma certa raça; muito menos despreza alguém por estar doente. Jesus realiza este milagre com a sua habitual discrição e abertura aos mais pobres entre os pobres, àqueles que mais precisam da sua intervenção salvadora. São curados os 10 leprosos; mas só um deles sente a obrigação de agradecer (v. 15). O gesto de se lançar aos pés de Jesus significa, não só a sua gratidão pelo milagre, mas também a decisão de se tornar discípulo (v. 16). E só ele é plenamente curado, no corpo e na alma. Não basta encontrar Jesus. É preciso escutar a sua palavra, deixar-se atrair pela graça e segui-lo para onde quer que vá. O caminho da salvação vai da graça recebida, à gratidão, ao louvor.
- Para refletir: Coloco meus dons a serviço e procuro fazer a vontade de Deus? Busco a sabedoria que vem do alto, de Deus? Sou grato a Deus pelos dons que me concede? Tenho vivido, como convém, o discipulado no seguimento de Jesus, na escuta de seu Palavra e deixando-me conduzir por sua graça?
Oração
Ó meu Deus,
inflamai o meu coração de reconhecimento
e de amor por vós.
Quero que a minha memória e o meu pensamento
se dirijam muitas vezes para Vós
e que o meu coração Vos diga a sua gratidão
de manhã à noite,
depois dos acontecimentos felizes
e mesmo depois das cruzes que são os dons
do vosso amor para me purificar
e me santificar.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: “Levanta-te e vai. A tua fé te salvou.” (Lc 17, 19).
Pe. Marcelo Moreira Santiago