RETIRO DO ADVENTO E NATAL 2025. 22 de dezembro. Segunda-feira da 4ª Semana do Advento.

Leituras: 1Sm 1,24-28; Sl (1Sm2); Lc 1,46-56.                      

“Ó Rei das nações, desejado dos povos. Ó Pedra angular

Que os opostos unis. Ó vinde e salvai este homem tão frágil,

Que um dia criastes do barro da terra”.

Graça a pedir:

Senhor, que as palavras de louvor e de libertação,

cantadas por Maria, penetrem o meu coração

e produzam frutos de conversão.

- A notícia boa de hoje e a de que duas mulheres-mães rendem ação de graças a Deus.

• Ana e Maria nos ensinam que Deus Pai sempre cumpre o que promete e que é a Deus que devem ser dirigidos todo o louvor e toda a glória.

EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO

SÃO LUCAS 1,46-56

1. Imaginando a Cena bíblica:

- Depois da leitura atenta da Palavra de Deu, veja Maria saindo de Nazaré e indo ao encontro de Isabel, em Ain-Karim.

• Caminhe com Maria, ouvindo as vozes e vendo as pessoas, a paisagem, a casa de Isabel.

- Entre na cena, veja o encontro das duas mulheres, sinta a alegria deste encontro e ouça o canto de louvor a Deus.

• Traga à memória os seus encontros e lugares que lhe dão alegria.

2. Meditando a Palavra de Deus:

- Como Isabel, Ana sofria a humilhação por não ser mãe.

• Ela então pediu a Deus e lhe foi concedido o seu pedido.

- Ela vai ao templo agradecer o dom da maternidade, levando alguns dons e o filho, Samuel.

• O nascimento por obra de Deus de um filho de uma mulher estéril é sinal de uma vocação especial.

- Depois do sacrifício de ação de graças e de louvor ao Senhor, ela apresenta o filho ao sacerdote Eli, dizendo: “Eis o menino por quem rezei... Agora o ofereço ao Senhor, a fim de que só a Ele sirva todos os dias de sua vida” (1Sm 1,27-28).

• Os dons que me deste, com gratidão vos devolvo.

- No Evangelho, Maria, grávida antes do matrimônio, portadora de uma vida maior que ela mesma e conhecedora do mistério que crescia dentro de si, sentiu não apenas alegria, mas também dúvidas.

• Graças a Isabel, Maria olha a partir de uma nova perspectiva o bem que Deus lhe fez.
• Suas dúvidas e medos se transformam em alegria, que ela expressa abertamente.

- Ana cantou e agora Maria canta a Palavra que explode carregada de história e convicção que só o amor é capaz de compreender.

- O Magnificat é uma das mais belas orações do Novo Testamento.

• É o cântico dos pobres, simples e humildes, sempre prontos a acolher e a admirar-se com as iniciativas de Deus.

- Maria dá glória a Deus pelas maravilhas realizadas na sua humilde vida e exalta a misericórdia d’Ele.

• Os versos por ela usados, expressam essa verdade: manifestou, dispersou, derrubou, exaltou, despediu, acolheu ..., que refletem o modo de agir de Deus em favor últimos e dos pobres (Lc 1,50-53).

- Por fim, recorda o cumprimento das promessas de Deus, feitas aos pais (Lc 1, 54-55).

• Deus realiza sempre grandes coisas na história dos homens e das mulheres, mas apenas se serve daqueles que se fazem pequenos e querem servi-lo com fidelidade, no escondimento e no silêncio adorante.

- Para refletir:  Percebo que Deus faz maravilhas também em mim? Quais sinais, em minha vida, revelam a presença amorosa de Deus? Eu me alegro com a alegria dos outros?

3. Rezando, à luz da Palavra de Deus:

Senhor, nosso Deus,

que pusestes nos lábios de Ana e de Maria

a oração de louvor e de ação de graças,

e que fizestes germinar nos seus corações

a alegria, fruto da tua visita amorosa e paterna,

dá-nos a graça de, também nós, descobrirmos

e praticarmos, na oração, as atitudes de louvor

e de reconhecimento pelas maravilhas

que gratuitamente fizeste

e continuas a fazer em nós e à nossa volta,

na Igreja e no mundo.

Queres que vivamos na alegria,

pela experiência do teu amor

de Pai misericordioso e fiel.

Ajuda-nos a dispormos, pelo silêncio e pela caridade,

para acolhermos essa experiência,

a única capaz de transformar a nossa vida,

de nos pôr generosamente ao serviço

do teu projeto de salvação,

ao serviço de quem precisa de nós,

de escrevermos o nosso próprio Magnificat.

Amém.

4. Contemplando a Palavra de Deus na vida:

- As leituras de hoje nos falam da ação de graças de duas mães: Ana e Maria.

• Ana agradece com três novilhos, uma medida de farinha, um odre de vinho e, sobretudo, com o dom do próprio filho, a graça da maternidade. Samuel, devolvido ao Senhor, torna-se um laço vivo entre Ana e Deus.
• Maria também dá graças ao Senhor, com grande efusão de alma: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”, Jesus ainda não tinha nascido. Mas a Virgem já dava graças por Ele e O oferecia a Deus-Pai, porque tinha dado início à obra da salvação, santificando João Batista no seio de sua mãe.

- Ana e Maria, cheias de alegria, agradecem o dom da vida que está nelas, sinal da bondade de Deus.

• Ao mesmo tempo, com simplicidade e pureza de coração, entregam-se ao Senhor porque “a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem” (v. 50).

- É bom que também nós nos demos conta de que a pobreza e a simplicidade de coração são condições essenciais para agradar a Deus e ser cheios da sua riqueza.

• Os frutos das obras de Deus se desenvolvem no silêncio e na calma, não na agitação ou na violência.
• Deus atua com discrição e no segredo. Não se podem forçar os tempos do Espírito.

- Como Maria, somos convidados, na proximidade do Natal, a partilhar esta delicadeza do Senhor, confiando todos os nossos projetos e a nossa vida Àquele que nos amou por primeiro e quer o nosso bem.

• Ofereçamos-lhe o nosso louvor, porque Ele “escolheu o que era louco aos olhos do mundo para confundir os sábios, escolheu aquilo que no mundo era fraco para confundir os fortes, para que ninguém possa gloriar-se diante de Deus” (1 Cor 1, 27-29).

- O louvor e a ação de graças, como as outras dimensões da oração, nascem do silêncio que possibilita a escuta do Senhor que fala, e que possibilita dar-nos contas das maravilhas que faz em nós e à nossa volta.

• O barulho e a agitação dispersam, distraem. Um salmista rezava: "Ponde, Senhor, vigilância à minha boca, guardai a porta dos meus lábios" (SI 141,3). O tempo de Natal implica sempre alguma agitação. É natural, mas devemos ter o cuidado de não perdermos o essencial.

 - Importante:

• Confie seus projetos e sua vida àquele que nos amou por primeiro e que quer o nosso bem.
• Faça silêncio, reconhecendo em você as maravilhas de Deus e reze, agradecendo. Abra seus lábios e coração para louvar o Senhor ... Reze o salmo 23: O Senhor é o meu Pastor ...
• Converse com o Senhor sobre tudo que viveu nessa oração, com o coração aberto à graça de Deus.
• Anote, em seu coração ou no diário espiritual, o que ficou deste momento ...
• Alegria – o Senhor vem ao nosso encontro, Ele está chegando ...

Pe. Marcelo Moreira Santiago